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quinta-feira, 13 de outubro de 2011

Símbolos vivos

Durante as palestras na sala de tarot da Mystic Fair e depois de ouvir um tantão de coisas, eu fiquei pensando em umas coisas... e uma delas é como uma coisa pode ganhar ou perder uma aura de mistério com a manifestação popular.

Nei Naiff nos levou um video, um documentário do History Channel contando um tando de como o baralho (de jogar, o comum) foi andando pelo mundo e chegou na Europa, do oriente, com soldados e comerciantes e caiu no gosto do povo... lá para a época de que Gênova era um grande centro comercial - sim, sem Atlântida... Também nos conta dos trunfos, trionfi, que fizeram com que os jogos de tarocchi ficassem mais interessantes. E ali, estavam cenas comuns ao mundo do início da renascença para todas aquelas pessoas... Um tempo quando o Papa tinha uma função muito reconhecida - e quando o cristianismo era preponderante na Europa - e na qual Morte levava MESMO todos - vide peste negra.

E assim, as pessoas se divertiam e as cartas se popularizavam, chegando até a serem proibidas... Imaginem, pessoas, a Igreja entendeu que elas levavam ao vício e que as pessoas produziam menos pq queriam jogar cartas - ah, o que não veio mais pra frente.

Bom, fato é que as coisas estavam ali. E todo mundo, 4 de copas, tinham aquilo por dado. E é aí, que a vida dos símbolos, dos desenhos, ganha um toque... e acredito que seja uma coisa que, hoje seja um tanto mais simples, pois temos mt acesso a quem faz os decks.

Imagino um dia, soldados jogando tarocchi. Do nada, um começa a olhar mais torto para as cartas. Pensa alto:
- Este rei tem 4 braços. Ninguém tem 4 braços. Por que será?
O outro, cerrando os olhos para ver a imagem melhor, responde:
- Nossa. Verdade. De onde será que isso veio.
Um terceiro que passava, ouve a conversa, e esclarece:
- Bom, eu ouvi dizer que no oriente existem mesmo homens que tem 4 braços e estátuas de homens azuis com muitos braços.
O primeiro, animado com a respostas e incitado pelo mistério de uma terra tão distante, logo emenda:
- É mesmo. Talvez esse seja um rei com muitas habilidades, capaz de lidar com muitas coisas...

Nem preciso dizer o que eu quero dizer com isso. As ideias vão longe. Depois de um tempo, quando os arcanos maiores foram ganhando seus símbolos, as conjecturas cresceram mais e mais e assim, se encontram símbolos massônicos, iluminatti, budistas, islâmicos e o que mais desejemos. Por quê?

Oras bolas, porque os símbolos e as representações são dadas a todos os grupos humanos e com o crescer humano no mundo, eles vão ganhando mais e mais significações. Claro que algumas coisas são mais universais, outros, pelas características culturais, ganham nuances. E esses nuances, talvez, se tornem mistérios. Por isso eu sempre penso - e convido:

- O que será que isso (insira arcano maior) significa (significou) para a humanidade?

Conhecer o núcleo do símbolo, pode não matar o mistério, mas mata a especulação psíca...

Quanto aos arcanos menores? Bom, é sempre importante lembrar que estamos lidando com um conjunto que foi feito para jogar, divertir, distrair... como nosso sistema de contagem... 1, 2, 3...

Pietra

Um comentário:

  1. Oi Pietra. Você sintetizou com muita propriedade algo que vêm me tirando o sono. Esse lance de símbolo ser universal e junguianismos parecidos não soa bem. Há um processo histórico, há uma construção do símbolo, ele não está pronto, ele é passível de agregamentos e modificações - mas não perde nada. "Sempre adicionar, nunca remover", é um axioma precioso nesse momento. Parabéns pelo texto.

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